“A sua empresa deve a todo custo evitar o chamado “voo cego” que é simplesmente não conhecer as probabilidades de risco sobre um determinado processo e seus impactos no seu negócio”.

A gestão de riscos é um importantíssimo pilar de qualquer Sistema de Compliance, não importando o tamanho ou a complexidade da sua empresa.

Conhecer o seu negócio e os processos que o envolvem é primordial para a longevidade sustentável do seu empreendimento.

Toda atividade empresarial possui os seus riscos, cabe a alta direção decidir qual o apetite de risco da empresa. Aqui, alta direção pode ser: um conselho de administração, um diretor, um sócio administrador e claro, você, caso a sua empresa seja individual.

Em se tratando de contencioso judicial e administrativo, a grande fonte de fomentação destes passivos são originadas por uma má gestão de riscos.

Na verdade, uma boa parte do empresariado não possui a cultura de riscos, por um motivo bem simples: – Gerir riscos dá um certo trabalho!

No entanto, recomenda-se que cada processo na sua empresa seja submetido a identificação, análise, avaliação e tratamento de riscos, de preferencia usando as metodologias sugeridas pela própria ISO 31010 conforme a necessidade do seu empreendimento.

Na perspectiva de Compliance os riscos se resumem quase sempre em: cometimento de ilícitos penais, ilícitos administrativos culminados em multas, danos reputacionais e infrações legais de toda a ordem.

Lembre-se que a principal vantagem da implementação de um Sistema de Compliance é (além de promover a ética e a transparência nas relações empresariais), fazer você NÃO PERDER DINHEIRO!

Voltando aos riscos. A sua empresa deve a todo custo evitar o chamado “voo cego” que é simplesmente não conhecer as probabilidades de risco sobre um determinado processo e seus impactos no seu negócio.

Para identifica-los você deve usar métodos baseados em evidências (Listas de Verificação, Análise de Registros), abordagem sistemáticas (entrevistas), técnicas de raciocínio intuitivo (brasinstorming, What if, HAZOP).

Identificado os riscos, o segundo passo é a analisa-los, e para isso você poderá escolher a melhor metodologia conforme a realidade da sua empresa. A análise de riscos pode ser feita de maneira qualitativa, semi-qualitativa e quantitativa.

Quando fazer a análise é importante sempre atentar se há requisitos legais sobre a metodologia adotada. Por exemplo, a indústria alimentícia tem alguns parâmetros legais obrigatórios para se analisar os riscos dos seus processos.

Para a avaliação dos riscos deverão ser comparados os níveis estabelecidos na análise, obter a significância do nível e do tipo do risco conforme a perspectiva abordada, assim será tomada a decisão sobre o quanto é aceitável aquele risco, com base em considerações éticas, legais, financeiras, etc, escolhendo o melhor tratamento e a sua prioridade.

Por fim, é no tratamento de riscos que será adotado o Plano de Ação com prioridades de melhoria continua e check dos Riscos Residuais.

A observância destas metodologias é de suma importância pois a sua empresa pode não ter orçamento suficiente para tratar de uma vez só todos os riscos inerentes aos seus processos, sendo fundamental você eleger os de maior impacto ou os mais frequentes.

A mentalidade de risco precisa estar presente no seu negócio, pois uma vez que você decide ignorá-la, estará escolhendo o “voo cego”, que certamente trará consequências catastróficas para a sua empresa.

Conhecendo os riscos você pode conviver com eles, pois afinal: – “Existe o risco que você não pode jamais correr, e existe o risco que você não pode deixar de correr”. Peter Drucker.

Correr riscos faz parte de qualquer empreendimento. Você deve conhece-los, analisa-los, avalia-los e trata-los de forme correta para que a sua empresa atinja o sucesso esperado sem se expor a perdas desnecessária.

A gestão dos riscos de Compliance deve fazer parte da cultura da sua organização.  Evitar perdas com danos reputacionais, riscos legais e éticos é primordial para a perenidade do seu negócio e não é mais uma opção, mas sim uma obrigatoriedade para quem quer persistir em um mercado que exige cada vez mais transparência e ética nos negócios.